Embora não tenha nada a ver com isso, começo a desconfiar que há qualquer coisa de Ronaldo em Ronaldo. O que não é necessariamente uma boa notícia. É bem melhor do que ter qualquer coisa de Purovic, por exemplo. Concordo. Mas mesmo assim continuo a embirrar que não é uma boa notícia. É um bocadinho como um fósforo.
Observe-se Ronaldinho, por um instante. Em 2006 falava-se de uma proposta louca do Milan, cem milhões de euros para o roubar ao Barça. Dois anos depois roubaram-no mesmo: por 18,5 milhões. Bem vistas as coisas, nem chegou a ser um roubo, foi um acto de caridade. É a forma de Berlusconi mostrar que sabe ser altruísta.
Em dois anos desvalorizou 81,5 por cento. Por bem menos o BCP já teve que explicar-se em público. Do craque de sorriso nos lábios sobra, vejo numa foto, uma estrela de chapéu, óculos escuros e rosto fechado. Por entre flashes. Custa-me a crer que o chapéu, os óculos e os flashes não tenham nada a ver com o rosto fechado.
Observe-se agora Ronaldo, o Fenómeno, por um instante. Numa foto vejo aquele que um dia ameaçou o trono de Pelé. Apresenta-se num iate luxuoso, gordo como nunca, também de rosto fechado. Por entre flashes. Mais uma vez, custa-me a crer que o iate e os flashes não tenham nada a ver com o rosto fechado. Mas posso ser só eu.
O que é certo é que um e outro - ambos Ronaldo - têm uma história em comum: aos 27 anos entraram na fase decrépita da carreira. Quando pensávamos que o melhor ainda estava para vir, afinal já tinha passado. O Fenómeno tem a tolerância física, mas antes da última lesão já tinha uma barriga de fazer inveja a Homer Simpson.
Observe-se agora Ronaldo, Cristiano Ronaldo, por um instante. Chapéu na cabeça, óculos de sol e rosto fechado. Por entre flashes. Nota-se ali qualquer coisa de Ronaldo: atingiu o topo cedo, virou estrela de revista, passou a ter agenda social. Qualquer dia faz jus ao nome e torna-se um veterano precoce. Para a foto estica ainda o dedo do meio e recolhe os restantes. Há ali qualquer coisa de Ronaldo, sim, e não é só o talento.
Vi muito pouco. Apenas a zona (Macati City) em torno do hotel onde fiquei e o bairro onde está o escritório da Ericsson (Bonifacio Global City). Diz que ambas as zonas são das melhores em Manila... Do que gostei mais foi mesmo da comida, excelente serviço e muito boa qualidade para os preços praticados, variada e com excelente oferta de quase todo o mundo. De resto... fiquem com algumas fotos soltas que registei com o telemóvel:
"Dear Mr. President, Come take a walk with me. Let's pretend we're just two people and You're not better than me."
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"Let me tell you 'bout hard work Rebuilding your house after the bombs took them away Let me tell you 'bout hard work Building a bed out of a cardboard box"
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"Dear Mr. President, You'd never take a walk with me. Would you?"
Ronaldinho é (era) isto no Barcelona, onde em duas épocas consecutivas ganhou tudo o que havia para ganhar, incluindo dois títulos de melhor jogador do mundo.
Dois anos depois e com 28 anos (deveria estar no auge?) tenta "relançar" a carreira. Parece que vai para o Milan e jogar ao lado de outros génios como Kaká e Pirlo.
Para grande surpresa e alegria minha voltei a Macau ao fim de 2 meses. Para grande surpresa minha senti-me em casa. Bolas! No fundo pareceu que fui em trabalho para Düsseldorf e que voltei, finalmente, ao fim de algum tempo. Tudo foi familiar. Tudo continua familiar.
Ando tão confuso... é que tenho 3 "casas" e em qualquer uma delas me sinto bem e sou capaz de lá passar umas boas temporadas.
É que já tive este sentimento de "casa" em Düsseldorf quando passava as semanas em Nürnberg, tenho, obviamente, este sentimento com Portugal/Cascais e continuo a ter "isto" com Macau. C'um catano...
E este fim de semana vai ser a mesma coisa! Vou hoje de Manila para Macau e já estou doido por chegar a casa. Domingo arranco para Düsseldorf e lá vou eu de novo para "casa". Passado 3 semanas viajo para Portugal e lá vou... para onde?... pois claro, para CASA.
Depois da primeira jornada da fase de grupos previ/apostei numa histórica, entusiasmante e alegre final Ibérica. Falhei.
So me enganei "metade" e a culpa não foi minha. Portugal tinha tudo para passear até à final. So errou Scolari. Portugal nunca foi visto como O favorito até este campeonato, este facto temos que agradecer, obviamente, a Scolari, a Ronaldo e a outros fenomenais futebolistas que fazem parte da nossa equipa, como Pepe, Ricardo Carvalho, Simão...
Na altura que tentei prever os 23 fiquei "triste" e ASSUSTADO por não ter acertado em nenhum dos laterais esquerdos que Scolari - erradamente como se viu - levou e foi por aí que a selecção ficou pelo caminho. Já nos primeiros jogos "se viu" que com uma equipa melhorzita ou antes com um ou outro jogador melhorzito a coisa por ali ia-se abrir toda. E não e que abriu mesmo? Foi pena o Scolari não ter mudado como "teve" que mudar no inicio do Euro 2004...
Fiquei triste também porque (palavras do leftwinger) "os brasileiros não mereciam". Deco fez um excelente campeonato e Pepe provou que vai a caminho de ser um dos melhores centrais do mundo.
O resto da equipa estava bem, ao nível suficiente para chegar à final em ritmo de passeio. Ronaldo esteve aquém do que se esperava mas foi cumprindo com o share de cerca de 60% das jogadas de perigo, Simão nunca compromete, Nuno Gomes esteve melhor que o Pauleta, Moutinho e Petit fizeram o que lhes é exigido, Bosingwa foi dos melhores e Paulinho esteve como tem estado os últimos 2 anos sempre que joga no lado errado, perdeu confiança, não arrisca e mete água como se não houvesse amanha. Este é o caso "típico" de como perder um lateral direito e ganhar um lateral esquerdo deprimido. E pior que isso é ter um seleccionador que insiste na coisa. É que me custa mesmo. Em 2004 e 2006 (ainda ele jogava bem) não era titular e em 2006 era o 2o defesa direito, mas nunca o esquerdo e desta deu-lhe para isto. Depois temos o Ricardo, como tinha dito na previsão, o elo mais fraco. O Quaresma nao aproveitou e o Nani mostrou que não há como o MU para aproveitar e transformar os talentos que o SCP encontra.
A Espanha surpreendeu-me. Não duvidei deles assim que vi o primeiro jogo, mas ainda hoje estou surpreendido. A minha teoria para o insucesso da Espanha nunca foi a falta de espírito de equipa, coesão ou pouco talento, mas antes um problema que vem do facto de ter uma liga nacional fortíssima e riquíssima. É que isto leva a que haja jogadores na Selecção nacional que jogam no Getafe, Villarreal ou Mallorca o que para mim é sempre um ponto negativo, porque, em geral, sao jogadores que estam numa equipa que joga para não perder. Eles superaram totalmente esse "handicap" e foram uns merecidos campeões, a única equipa que manteve o mesmo nível - elevado - do principio ao fim, que mostrou talento e mentalidade vencedora.